
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
30

domingo, 14 de setembro de 2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Só tentando me atualizar
domingo, 17 de agosto de 2008
Audição

eu sinto a penugem sinto forte o cheiro de sua nuca sinto que quero você perto e me abraçando e me cheirando e me devolvendo um amor que talvez eu nunca tenha lhe dado ou demonstrado suficientemente o bastante para que você se sentisse segura e mais forte já que somos uma força invencível juntos,
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Sem tempos
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Uns minutos no Paraíso e alguns decibéis acima do cotidiano
Não é o Kraftwerk - mas poderia ser pela tecnologia a favor da música.
Não é o Radiohead - mas poderia ser pela inspiração vocal (eu diria até espiritual).
Não é o Queen - mas poderia ser pela grandiosidade e megalomania nada gratuitas.
Esse é o problema: poderia ser um monte de coisa e é só uma. E os fãs deles dizem muito isso -uma heterogeneidade que me surpreendeu.
Show do ano, de cara.
É o Muse.
Uma banda inglesa que tacou fogo nos meus ouvidos há uns 5 anos atrás - e me tirou do emprego e do cotidiano chatinho por detrás de uma mesa de escritório.
Só por isso já seria especial na minha discoteca vital. Mas eles são bons quando outros não são. Enquanto meia dúzia de banda tenta ser algo gigante e alcançar o Olimpo, o Muse chega como não quer nada e nos dá o Olimpo - suas músicas são capazes de nos jogar em tempos imemoriais, em espaços reconhecidamente desconhecidos e em viagens alucinantes e lisérgicas sem precisar recorrer à indústria pseudo-farmacêutica.
Fica a dica: ouça "Time is running out". Ouça "Knight of Cydonia". Ouça "Take a bow". Ouça "Sing for Absolution". Ouça "Hysteria". Ouça "Sunburn". Ouça "Plug in baby". Ouça "Supermassive Black Hole"... se bem que essa você já deve ter ouvido. E dançado.
Show perfeito
"Knights of Cydonia"
Esse foi o melhor início de um dos melhores shows que já assisti, de uma das minhas bandas preferidas. Perfeitos na apresentação, nas músicas, na eficiência e no barulho.
Arte boa é isso aí.
Não liguem para o tremor da imagem (o coração estava ainda pior...).
Time is running out, my friends...basta querer acordar e aproveitar.
Ainda dá tempo, manés.
terça-feira, 29 de julho de 2008
Um dia sem amigos
E quero que tenha muita gente feliz e que mais felizes ainda estejam os meus amigos.
Volto com sorriso de verdade, com a alma leve, com muita alegria, muita saudade e com a sensação de dever cumprido.
Afinal, é o meu fim e meu início.
Fim desta vida, que só soube viver na companhia de amigos, começo de outra, distante deles.
É.
A-mi-gos.
Existe um zilhão de clichês para se falar da amizade: em forma de prosa, de poesia, de música e piada.
Existe até o da pieguice que enche a boca para falar que "você é meu amigo de verdade" ou "você é meu melhor amigo". Não, não...tem melhor: "seremos amigos pro resto da vida".
Amigo de verdade. Amigo de verdades. Amigos até o fim, na verdade.
O que seria de mim sem meus amigos? Como teria sobrevivido sem eles?
Vejo e reconheço que tudo o que tenho, por mais distante que eu esteja da lembrança inicial deste tudo é DEVIDO aos amigos.
Amigos você faz mas também cria (lembrei de outra máxima: "amigo você não faz, você reconhece") e cuida - como se fosse alguém de sua família (e não é?)
E quando me perguntarem se o que valeu a pena foi ter feito amizades vou me ofender e brigar dizendo que SÓ valeu viver por isso!
Mesmo sem saber se meus amigos me amam (e alguns não amam); mesmo amando-os de forma egoísta e ciumenta (e o faço); mesmo errando na forma de ser amigo (e fazemos); mesmo confundindo os sentimentos e sentindo ódio, inveja, amor, paixão, ciúmes (e talvez por isso mesmo) vou declarar que vivi esta vida para ter amigos.
Não sei se sou um bom amigo. Não sei se sei ser amigo. Não sei se sou amigo.
Não sei onde começa uma amizade e onde termina um amor.
Não sei se é só amizade quando amo. Não sei se meu amor é só amizade.
Não sei quantos amigos eu tenho. E números não são importantes quando se fala de amizade, aprendi.
Escolhi que na minha vida não vai faltar essa palavra: amigo.
Assim como escolhi como verdade que a amizade é o único sentimento que comporta amor, paixão, tesão, companheirismo e tudo o que isso acarreta de bom e ruim.
E que é isso que move a vida.
Então quando eu morrer vou lembrar de todos eles e vou chorar de saudade de todos eles.
Quando ouvir as músicas que me levarem para longe desta vida e perceber que eles estão se divertindo ou sofrendo, vou estar com eles lembrando e revivendo as loucuras, os beijos, os abraços (os abraços!), as confissões, as conversas, as brigas, os choros, as porradas, as canções.
Amigos você pode contar em uma mão.
Mas, mesmo assim, com um pé atrás. Afinal, você trai e é traído por amigos.
E nem percebe o quão tolo é por, às vezes, se importar com bobagens que só acontecem por haver a tal da amizade.
Você perdoa um deslize mesmo tendo jurado que "aquilo foi a gota d'água!" e que "nunca mais fala com ele".
Você é infantil a esse ponto, mas só percebe depois que é sempre muito bom voltar a ser criança com os amigos.
No dia em que eu morrer vou voltar para os amigos como lembrança.
E quero morrer antes deles.
Antes que eles me façam sentir saudades.
Saudades de instantes vividos ao lado deles.
E vou perceber que todos esses instantes só foram assim por eles estarem do meu lado.
E eu que não acredito na felicidade vou concordar que ela também cabe ao lado de amigos.
P.S.: Relendo este post, percebi que há uma constância das palavras amizade, verdade, saudade e felicidade. Foi sem querer, mas deve querer dizer alguma coisa.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Somewhere only we know - de Tim Rice-Oxley, Tom Chaplin, Richard Hughes (Keane)

Feliz 2009

terça-feira, 22 de julho de 2008
Californication

segunda-feira, 21 de julho de 2008
Passada
The pills won't help you now - by Chemical Brothers (with Midlake)
sexta-feira, 18 de julho de 2008
The Dark Knight
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Batman

(encontrado colado na porta da geladeira)
QUATRO PESSOAS - Inspirado no romance de Mario de Andrade
Direção de Alexandre Mello. Com o grupo Ateliê Usina
Até 27 de julho
Quarta a sábado às 21h - Domingo às 20h
Local: Baixo Santa do Alto Glória R. Hermenegildo de Barros, 73 - Glória (primeira à direita subindo pela Rua Cândido Mendes)
Quê mais?
?
?
Ah! Amanhã ninguém me ligue das 13h às 17h. Provavelmente vou estar em estado de choque com o novo filme do Batman (post especial, a seguir). Ingresso já comprado, marca-passo renovado, companhia mais que perfeita...filme do ano? Vamos ver...
Disco bacana que tô ouvindo agora:

Aliás, vou resolver umas coisas na rua e depois vou colocar ordem na casa: tô devendo posts mais pop sobre músicas e filmes e livros (que amo tudo). Vou tentar me organizar. Talvez crie um outro blog só para isso...se bem que posso ter uma coluna para estas coisas...Tempo para pensar.
Bom, daqui a pouco volto.
Esquenta o leite enquanto isso, que fui buscar o pão.
domingo, 13 de julho de 2008
Departamento Pessoal
Viva la vida!
Mas, cara, você tem que ir mais fundo. Você fica muita na superfície. Logo, você é superficial. Quando é que você explode? E quando isso acontece, como é?
Mas, eu não sou de explodir. Por opção, eu prefiro não brigar com ninguém. Escolhi, depois de muito tempo, que não vim nessa vida pra perder tempo com dicussões tolas. Rola um desgaste desnecessário que não leva à resolução da questão. Prefiro ser racional e conversar sobre e tentar encontrar uma solução.
Tá. Mas...como é que você se encontra com você mesmo? Diante dos seus medos...como é que você faz quando se sente só, sem ninguém mesmo... digamos que todo mundo que você conhece sumiu, morreu, não existe mais, você tá sozinho no mundo...não tem ninguém nem nada que te faça feliz...quando você tá puto com alguma coisa, com um problemão, como é que você extravasa? Como é que você resolve isso? Você nunca fica triste? Porque é essa a impressão que dá. Ou que você mascara isso e prefere não demonstrar o que te incomoda.
Na hora ele lembrou do nome de uma música de uma cantora de axé que ele não suportava - o ritmo e a cantora - que tinha acabado de ser lançada - a música e a cantora - e tocava em rádio e televisão.
Olha, eu fico puto, fico triste, explodo de vez em quando, quando tô sozinho choro e olha que sou dramático pra caramba...mas pra quê que vou demonstrar isso para os outros? É necessário - NECESSÁRIO! - ficar trazendo problemas que ninguém pode resolver, para uma roda de pessoas que não podem fazer nada? Às vezes o problema já foi resolvido, às vezes você não quer dividir, simplesmente, por opção. Eu escolhi não levar os problemas tão a sério. Ou vai ver eles - os meus problemas - não sejam tão sérios. Vai ver os de você também. É uma questão de dar peso demais ao que não precisa. Vai ficar sofrendo por algo que já passou, deixou marcas, mas passou? Tem uma música que o Lenine canta que ele diz"...nunca se leve tão a sério..." que eu acho muito boa. Eu escolho não sofrer.
E aí você usa essa máscara.
E quem não usa? Eu tenho que ser verdadeiro para com os meus. A gente vive em sociedade e você não venha me dizer que é verdadeira cem por cento do tempo. E ninguém é. E não tô julgando. Somos assim.E essa é minha escolha. Roupa suja se lava em casa. A minha eu lavo, enxágüo, estendo, ouço uma música...e no dia seguinte já tô de pé. Com cicatrizes, mas vivo.
Quando se deram conta já tinham passado no ponto onde teriam que descer. Mesmo assim, puxaram a cordinha.
Eu só acho que quando eu tenho que enfrentar meus demônios eu busco me olhar, me perceber, tentar ver onde errei e até onde afeto aqueles que me cercam. Sei que não sou melhor que ninguém...e também não sou esse cara super seguro, não.
Não. Você é um ET! Me ensina essa passividade, esse controle, esse...esse medo de se envolver demais nas coisas..
Talvez seja um desapego meu. Esse distanciamento todo...Eu berro, eu grito, eu fico triste, tenho vontade às vezes de me matar, mas busco sempre um final feliz com as minhas questões. Eu me tento me aceitar e não errar com os outros. Mas continuo errando. Taí a graça da vida. Mas, não vou levar nada tão a sério...vai ver é só desapego mesmo.
O telefone dela tinha recebido uma mensagem e ela nem tinha ouvido durante o trajeto.
Pop
Acho que quero comentar sobre a nova música nova (dê nomes)
sem pontos ou maiúsculas para parecer organizado
Quero devorar todos os filmes do mundo
E ouvir todas as músicas do mundo
E ler todos os livros do mundo
E consumir todas as revistas com capas bonitas do mundo (clap, clap, clap)
Brincar de ser um idiota
ou ser um idiota que não se preocupa com nada por algum tempo
Não quero fazer poesia (não sei se sei, nem sei se é poesia)
Não sei fazer poesia. Não sei fazer poesia.
Quero ir ao banheiro, mas primeiro quero colocar isso aqui a limpo.
Vou esquentar quando tomar um café.
Digressiono, digressiono.
Vou limpar tudo quando tomar um banho gostoso
E vou ao cinema (tudo acontece, tudo muda e eu sempre acabo num cinema)
Vou gostar de um novo disco e vou recomendá-lo para os amigos (é do Coldplay que você está falando???Confessa!)
E vou, insistentemente, defender meus pontos positivos em relação a qualquer obra audiovisual
(tudo isso para quê? Só porque você quer falar sobre algumas coisas bacanas que estão acontecendo no mundo pop? Vai lá! Próximo post. Coragem!)
Um mergulho nas coisas gozantes da vida
da Coca Zero à novela das oito que começa às nove
Sem medo de ser feliz, óbvio, humano, tolo, igual, modista, simples, sem complicações
popular, popularesco, do povão, do mercadão, de Madureira
Pop pop pop
Só isso
Rápido (e rasteiro)
Água mole (em pedra dura tanto bate até? Que fura, meu amigo!)
Eu quero OUVIR todo mundo PULANDO
Sem medo (de ser feliz!)
(no três)
Tudo o que importa num domingo
As melhores coisas da vida passam por você e você nem percebe isso. Percebe? Ah, tá...
Vai me dizer que você abriu os olhos hoje e pensou que é muito bom estar quentinho nessa manhã de inverno, onde um céu claro, sem nuvens, com um sol que insiste em brilhar, realça as cores dos matinhos que dividem os paralelepípedos ou o pêlo imundo do cachorro vira-latas que dorme de barriga pra cima na calçada, em meio a meninos que jogam futebol, sem se importar com a hora do almoço, que a Dona Rosa fez (um franguinho no forno que exala um cheirinho de infância guardada há tempos), enquanto acompanha pelo rádio um chorinho pós-moderno, cantando notas altíssimas e agudas o suficiente para deixar o filho menino-moleque-homem-criança-caçula todo orgulhoso e emocionado, fazendo-o lembar que graças a ela, ele sabe apreciar, a olhos nus, o que a vida diária tenta ofuscar e tirar o brilho com contas no vermelho e aborrecimentos cinzas que tentam ofuscar um algo muito maior - é só prestar atenção - mas que a sensibilidade e a delicadeza e a doçura e as delícias de se/quando perceber que você é mais forte e resistente e persistente e burro o suficiente para não desistir é graças àquilo que não se valoriza porque está à mão: é o amigo tão próximo do coração que te re-ensina no mais simples ato cotidiano não sentido, não percebido, sem querer, numa simples e imprevista frase otimista que não combina com o seu jeito honesto, rude, sincero e engraçado de se manifestar carinhosamente ("Calma, seu merda!"); é o amor daqueles que estão ao seu lado e vão estar para sempre porque o sempre é o resultado e a lembrança desse cotidiano que você não percebeu enquanto tomava aquela xícara de café servida por um irmão, que você, no seu mais profundo egoísmo, não percebeu que era uma xícara transbordando de amor e preocupação que você não pediu, mas tem e agora se torna responsável por isso também, te forçando a sair desse trono imaginário frio distante que só te afasta; é o mais-que-amor daqueles que estão ao seu lado, e sempre estiveram em olhares, abraços e beijos acreditando em você mais que você mesmo - e mesmo assim você não percebe ou se faz de desentendido porque amanhã vai ter que se preocupar em manter esse amor de uma forma prática, trabalhando para sustentar isso como se fosse necessário mais do que algumas palavras de rotina mesmo, como bom dia, obrigado por tudo, eu te devo uma e eu te amo e por isso estou vivo.
E tudo isso acaba num piscar de olhos inesperado se voc
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Tá on?
Na verdade não o encontrei: falei com ele por "meio eletrônico".
Na verdade, pensando bem, não "falei" com ele. Eu digitei, teclei e troquei algumas palavras com ele.
Pensando melhor ainda, foi uma troca muito da injusta, já que escrevi para ele mais que ele para mim, por horas e horas e, resultado, não matei a saudade dele.
No fim ainda nos prometemos tocar nossos projetos musicais e nos encontrar para beber e colocar o papo em dia, um dia, quem sabe.
Mas eu já não estava ali, colocando o papo em dia?! Ou bem melhor ainda, eu já não estava não ali, mas aqui, em casa, atrás deste teclado - que uso agora para falar...teclar...digitar estas palavras - e ele na casa dele, ou talvez num cyber café (lan house é muito pra mim) se esforçando para dar continuidade àquela conversa. Conversa? Pára tudo!
Só faltou comprarmos num mercado virtual uma cerveja virtual e, virtualmente, beber para ficarmos bêbados. Virtualmente.
Ok.
E qual é a graça disso?
E quem é que ia limpar meu vômito virtual se ele não seria real? "Moço me dá um engov virtual. Quanto é? Um real virtual?
E como eu iria ficar zonzo, altinho, feliz, amando meus melhores amigos, trocando aquela cumplicidade que só os bêbados são capazes de criar em apenas alguns minutos de bebedeira?
Virtualmene, claro!
Sem abraços chorados, suados e sem constrangimentos. Olha que maravilha! A ressaca moral seria substituída pela ressaca virtual.
"Digitei alguma coisa que te envergonhou ontem? Não dei nenhum vexame virtual, não? Não te mandei nehum vírus? Não coloquei você em espera? Não publiquei nehuma foto comprometedora? Não adicionei gente esquisita no meu seleto grupo de amigos virtuais, não? Meu sistema não caiu?"
Se bem que, pensando muitíssimo bem, isso é possível numa Second life da vida...
Como sou antiquado!
Esse mundo é muito on-line pro meu gosto...mas é bem melhor!
Saudade agora, só virtual!
Não sofro mais fisicamente. Não há necessidade. Tudo está ao meu alcance - ou da capacidade de conexão da minha internet banda larga.
Não corro risco de perder minha carteira de motorista por dirigir bêbado, nem de ser metralhado por policiais/bandidos que iriam me confundir com bandido/policial.
Não corro risco de morrer de aids ou pegar uma outra doença infecto-contagiosa por contato com gente real! Não preciso mais sair de casa! Meus amigos estão todos por aqui!
É legal esse mundo virtual.
Pensando bem, nem tenho saudade de sentir saudade real.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Não tenho medo da morte - do Gilberto Gil
Mas uma raiva serve pra quê?

Raiva (sentimento)
Como conseqüências da raiva podemos ter:
A violência verbal.
O Ódio, que consiste numa ênfase de raiva, que geralmente dura mais tempo e acompanha um desejo contínuo de mal a alguém.
O comportamento agressivo, que se dá quando o indivíduo assume uma postura contínua de mau humor e raiva, pode ter sua origem em pequenas frustrações que no decorrer da vida se acumulam, e que não foram superadas através de diálogos compreensivos e do perdão ao próximo e a si mesmo.
O perdão consiste em desistir de qualquer ressentimento quando se é, de alguma forma, prejudicado. Por isso existe quem considera o ato de perdoar como uma possível "cura" para a Raiva.
O segundo primeiro - Na hora certa
Se tudo tivesse dado certo, como haviam combinado, a esta hora ela já teria tido alguma notícia dele. Talvez nem estivessem mais por aquelas bandas. Mas até aquela hora, nada. Nem sequer um vizinho ou um amigo que adora ser o portador de uma má notícia, como se isso fosse uma arma pronta para ser disparada, aparecera e trouxera novidade boa ou má.
Ele tinha saído horas antes, mal o dia nascera, com a promessa de que daria tudo certo - como se se pudesse prever um resultado para aquilo; como se ele pudesse prever o final daquilo e mesmo se conseguisse, como poderia avaliara se era bom ou não.
Engraçado como as pessoas têm mania de dizer que tudo vai dar certo para acalmar a quem não quer calma, para apaziguar um coração angustiado...Dizem que isso é solidariedade, amizade, compaixão, amor, afeto, carinho...sei não...acho que é medo de não ser forte o suficiente para aguentar contratempos inesperados ou situações fora do controle do outro ou dele mesmo. Dá vontade de perguntar como é que você sabe que vai dar tudo certo? Temos chances de dar tudo errado. E aí? Guarde suas previsões para você, suas compaixões! Não tenha pena de mim. Ou então, pelo menos vamos esperar para ver o que o"destino" nos reserva: se uma sacanagem gigantesca ou o que eu espero que aconteça! Droga eu não devia estar tão nervosa! Preciso me acalmar, preciso tomar um café, tá frio, pra esquentar, vai dar tudo certo. Vai dar tudo certo.
Ela foi até a cozinha.
E se desse errado?
E se desse tudo errado?
Cadê o pó de café que eu não acho!
E se fossem até ela para colher algum tipo de informação que fosse prejudicial a ele. Nada poderia acusá-la. Ela sabia pouco. Mas sabia.
E se ele não chegasse a tempo.
Eu vou lá, vou estar na hora certa. Nenhum minuto a mais, nehum minuto a menos. Horário de Brasília. Acertei o relógio, até. Um zero três. Eles vão ter que me ouvir. Tenho tudo o que eles precisam, mas só vou dar se eles fizerem o que eu pedi.
Ele nunca era tão decidido assim. A não ser quando encasquetava com alguma coisa na qual acreditava muito. Já tinha feito muito por muito pouco em outras situações. Me perguntava se eu o achava persistente ou se apenas um burro mesmo, a ponto de ficar dando murro em ponta de faca - adoro essa expressão. Porque se fosse burro, que Deus o Diabo ou o Destino mostrassem de uma forma bem objetiva isso a ele: arrancando-lhe as pernas num acidente a caminho do que estava querendo fazer; que ficasse cego ou tetraplégico, porque só assim desistiria daquilo. Engraçado ele pensar nessas punições físicas como um limite extremado...só assim para poder desistir sem arrepedimentos. Ele é assim, meio dramático mesmo.
Se ainda tô aqui, é pra não desistir. Vou até o fim.
A água começou a ferver.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Cada qual com seu manto
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Que time é o teu?
O juiz ainda não fez a digestão do suco de cajá que ele tomou no intervalo entre o primeiro e o segundo tempo do jogo. Era o único sabor disponível no vestiário do homem-neutro.
O goleiro do time que estava de camisa vermelha e shorts azuis pensa que a palavra shorts deveria ter uma tradução em português: por quê não se fala chorte? Esquecendo completamente que esta vestimenta também tem o nome de calção.
O torcedor da excursão, lembrou do corte feito no dedo anelar, da mão direita, enquanto batucava e socava o teto do ônibus que o levara até o estádio, assim que resolveu roer uma unha de tanto nervoso.
A camisa dele estanca o sangue do dedo que cisma em jorrar ao ritmo do grito musicado que a torcida concentrada (que veio sentada a partir dos bancos 19-20 até o fim do ônibus) se empenha em lembrar afinada.
A Jussara troca de canal a televisão do quarto da cunhada, Cilene, onde há pouco terminou a novela da qual é fã porque a cunhada é torcedora fanática do time de camisa preta e calção amarelo.
A bola furou com o chute que o camisa 7 deu antes de sofrer um rompimento nos ligamentos do joelho esquerdo, quando ia entrar na área para - sem querer - dar um bico na cabeça do goleiro.
Ele não sabe que a bola ia para fora neste mesmo lance.
Uma nuvem cisma em se juntar a outras e parte em direção ao estádio lotado bem na hora em que o juiz pede para ser substituído pois, realmente, o suco não desceu bem.
O irmão do Paulo, da farmácia da Avenida Pasteur, não percebe que um pacote de antiácido está fora da validade entre todos os 36 (18 cartelas om 2) que vendeu para a equipe médica que cuida da farmacinha do estádio.
O Paulo neste momento tomba com uma bala perdida a 56 km de distância do estádio em que o segundo gol é comemorado pelo time de camisa preta e calção amarelo.
A Jussara lembra que a Cilene é muito gostosinha. Só que é chata e, por isso, rechaça o que viria a ser seu primeiro impulso homossexual. Ela prefere mesmo o marido Joelson "que é marido, mas me satisfaz".
O goleiro do time que estava de camisa vermelha e shorts azuis se culpa por ter levado mais um gol.
O juiz substituto não vê a hora do jogo acabar.
A chuva saída das nuvens começa a despencar sobre o estádio e seus torcedores.
O irmão do Paulo fecha sua farmácia e vai para casa sentado no último assento no último vagão do último metrô da noite. Ele nem percebe isso.
O juiz que tomou o suco de cajá, vai para o hospital e lá vai descobrir que não foi o suco que bebera o causador da úlcera gástrica que acaba de chegar a seu ápice mas, sim, o antiácido fora da validade que ele não sabe "como alguém não percebeu aquilo, meu Deus!!!"
A camisa com sangue do torcedor de dedo cortado, já molhada, é deixada de lado por seu dono, que agora comemora a vitória de seu time.
O camisa 7 vai sair do hospital direto para aposentadoria.
Amanhã, Paulo será velado, a partir das 18 horas e Cilene vai dar uma cantada em Jussara que não estava errada a respeito da cunhada.
E vai ser um belo dia de sol.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Primeiro post confuso ou vale mais o coração
Sabe silêncio? Então...

O que me interessa (do Lenine, mas não sei se autoria é dele)
segunda-feira, 30 de junho de 2008
pedra
pode ser grande
pode ser pesada
pode ser cinza
pode se esfarelar
pode servir
pode ser
pode derreter
pode quebrar
pode esmagar
pode ser cego
pode ser de aço
pode acertar
pó descer
pode ser outra coisa
pode fazer
pode entender
pode verter
pode limpar
pode poder
pode não
O segundo primeiro
Aí, bateu o desespero. O cara queria porque queria e quando consegue não aparece. O que teria acontecido a ele? Eu não sei. Só sei que falaram muita beteira.
É muito desleixo! Falta de respeito.
De responsabilidade! Tanto esforço...pra quê?
Eu fico com pena é da mãe!
Gente, a gente não sabe o que aconteceu com ele.
E não sabiam mesmo. Ele tinha feito todos os contatos para aquele dia. Para ele era muito esperado. Chegou a...nem te digo...chegou a...fazer o que não devia para marcar aquele encontro. Se não conseguisse marcar às 8h, daquela segunda-feira...sei lá do que seria capaz de fazer.
Ligou para todos que poderiam dar alguma dica para conseguir o que queria. E agradeceu. E ficou grato. E ficou emocionado com aquele grande passo que daria. O que seria dele sem aqueles.
E apesar do que apontam agora, era um homem responsável para com suas responsabilidades.
Sempre tentava resolver o que causava de problema aos outros. Parecia que não podia controlar - e acho que não podia mesmo. Sempre que passava por algum lugar, algo o fazia deixar sua nem sempre sadia assinatura.
Um dia, soube que ele...não sei se devo contar...melhor não. Aí vai ser pior e as pessoas vão começar a fazer uma imagem piorada dele. Ainda mais agora que ele não apareceu e nem deu nehum sinal de que vai aparecer.
Era certa a presença dele. Não podia faltar àquele encontro.