sexta-feira, 11 de julho de 2008

Tá on?

Ontem encontrei um amigo que há muito não via ou falava.
Na verdade não o encontrei: falei com ele por "meio eletrônico".
Na verdade, pensando bem, não "falei" com ele. Eu digitei, teclei e troquei algumas palavras com ele.
Pensando melhor ainda, foi uma troca muito da injusta, já que escrevi para ele mais que ele para mim, por horas e horas e, resultado, não matei a saudade dele.
No fim ainda nos prometemos tocar nossos projetos musicais e nos encontrar para beber e colocar o papo em dia, um dia, quem sabe.
Mas eu já não estava ali, colocando o papo em dia?! Ou bem melhor ainda, eu já não estava não ali, mas aqui, em casa, atrás deste teclado - que uso agora para falar...teclar...digitar estas palavras - e ele na casa dele, ou talvez num cyber café (lan house é muito pra mim) se esforçando para dar continuidade àquela conversa. Conversa? Pára tudo!
Só faltou comprarmos num mercado virtual uma cerveja virtual e, virtualmente, beber para ficarmos bêbados. Virtualmente.
Ok.
E qual é a graça disso?
E quem é que ia limpar meu vômito virtual se ele não seria real? "Moço me dá um engov virtual. Quanto é? Um real virtual?
E como eu iria ficar zonzo, altinho, feliz, amando meus melhores amigos, trocando aquela cumplicidade que só os bêbados são capazes de criar em apenas alguns minutos de bebedeira?
Virtualmene, claro!
Sem abraços chorados, suados e sem constrangimentos. Olha que maravilha! A ressaca moral seria substituída pela ressaca virtual.
"Digitei alguma coisa que te envergonhou ontem? Não dei nenhum vexame virtual, não? Não te mandei nehum vírus? Não coloquei você em espera? Não publiquei nehuma foto comprometedora? Não adicionei gente esquisita no meu seleto grupo de amigos virtuais, não? Meu sistema não caiu?"
Se bem que, pensando muitíssimo bem, isso é possível numa Second life da vida...
Como sou antiquado!
Esse mundo é muito on-line pro meu gosto...mas é bem melhor!
Saudade agora, só virtual!
Não sofro mais fisicamente. Não há necessidade. Tudo está ao meu alcance - ou da capacidade de conexão da minha internet banda larga.
Não corro risco de perder minha carteira de motorista por dirigir bêbado, nem de ser metralhado por policiais/bandidos que iriam me confundir com bandido/policial.
Não corro risco de morrer de aids ou pegar uma outra doença infecto-contagiosa por contato com gente real! Não preciso mais sair de casa! Meus amigos estão todos por aqui!
É legal esse mundo virtual.
Pensando bem, nem tenho saudade de sentir saudade real.

Um comentário:

Unknown disse...

A minha saudade é real !